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  3. 20/05/2022

Farmacêuticos atuam no Controle de Infecção em Serviços de Saúde

No último dia 15 de maio, foi o Dia Nacional de Prevenção das Infecções Hospitalares. A data alerta sobre a gravidade das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e a importância da adoção de medidas para ampliar a prevenção e controle dessas infecções.

A Anvisa é o órgão responsável pelas ações nacionais de prevenção e controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras), exercendo a atribuição de coordenar e apoiar tecnicamente as Coordenações Distrital, Estaduais e Municipais de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde.

Membro da Comissão Estadual de Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde (Ceciss/Am), a farmacêutica Vivian Pereira destaca a importância do trabalho multidisciplinar para o combate das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde.

“Em 2010, no Estado, foi criada a Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar. Em uma ação conjunta e bem ativa, foram implantadas as Comissões em todos os hospitais com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Começamos a enviar os indicadores do nosso Estado para a Anvisa e, hoje, temos um indicador estadual”, explica a farmacêutica. “A Comissão de Controle de Infecção do Hospital (CCIH) é uma comissão multidisciplinar onde obrigatoriamente temos um médico, sendo ideal que seja um infectologista; um enfermeiro, que faz a vigilância epidemiológica; e um farmacêutico, que trabalha com o uso racional de antimicrobianos, uso racional e adequado dos saneantes e germicidas; além do administrador, que é responsável pela aquisição dos insumos adequados, para a prevenção e controle das infecções”.

Infecções

A farmacêutica explica que uma determinada infecção pode ocorrer de dois a três dias, após a pessoa se internar ou passar por algum procedimento de saúde, até exames podem causar alguma infecção. “Se manifesta geralmente com febre, vermelhidão e dor no local onde foi feito o procedimento. Esse procedimento pode ser uma cirurgia, uma injeção, um exame”, informa.

Para o controle, o essencial é a higiene das mãos. “Infecções relacionadas à assistência em saúde também podem ser evitadas com protocolos de prevenção com a redução do número de dispositivos, uma degermação adequada do centro cirúrgico, onde vai ser realizada uma cirurgia. Uma boa higiene do paciente. São muitos fatores, mas nada mais essencial que a higiene das mãos”, afirma.

Pandemia

Após a declaração da pandemia da Covid-19, a CCIH precisou atualizar os protocolos de tratamento, segundo a farmacêutica, uma vez que, naquele momento, não haviam antivirais e os protocolos ministeriais não eram emitidos com rapidez.

“A CCIH determinava como seriam os tratamentos antibacterianos e antivirais do paciente. Com a pandemia e com a infecção viral, muitos pacientes desenvolviam uma infecção bacteriana”, relata. “Daí a importância do trabalho multidisciplinar, para definir o microrganismo e os protocolos contra as infecções bacterianas, para que esse paciente sobrevivesse tanto à infecção viral do Covid-19, quanto das infecções oportunistas, que se aproveitavam do indivíduo que estava com a defesa debilitada por conta da doença e daí apareciam outras infecções”.

A CCIH realiza o monitoramento dos indicadores da pandemia. “É um acompanhamento da CCIH a notificação para se saber o número de óbitos, de infectados.. Quem é responsável, na maioria dos hospitais, de fazer essas notificações para a Fundação de Vigilância em Saúde, é a CCIH. Foi imprescindível para que as autoridades sanitárias tivessem os números e acompanhassem nos hospitais a situação da pandemia”.

Profissional Farmacêutico

A farmacêutica Vivian Pereira destaca o papel do profissional farmacêutico no combate às infecções, com diversos tipos de atuação. “O farmacêutico atua com o monitoramento dos antimicrobianos, monitorando o uso dos saneantes, fazendo as visitas multidisciplinares. O profissional atua no diagnóstico do agente causador da infecção, onde você tem as culturas, que determinam qual o agente que está causando a infecção do paciente, para ter uma terapia mais assertiva. Assim, o paciente passa pela infecção sem ir a óbito. O farmacêutico também atua na investigação de eventos epidemiológicos, de surtos, para tentar achar e debelar essa fonte, para que não provoque outros casos. Tem a parte de acompanhamento, dos protocolos e treinamentos. É um universo bem denso de atuação, dentro do controle de infecção. É importante o trabalho multidisciplinar, conjunto, primordial para que possamos vencer as infecções”.

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